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Santista.go
'Veja': rede de corrupção envolve integrantes do PMDB
Publicada em 20/02/2009 às 20h08m
O Globo
RIO - A revista "Veja" desta semana faz um levantamento da evolução
patrimonial de alguns caciques do PMDB e denuncia o envolvimento de Zuleido
Veras, dono da construtora Gautama, investigada na Operação Navalha, da
Polícia Federal (PF), com integrantes da legenda. Semana passada, em
entrevista à revista, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) disse que "o
PMDB é corrupto" e "uma confederação de líderes regionais, cada um com seu
interesse, sendo que mais de 90% deles praticam o clientelismo, de olho
principalmente nos cargos".
Somando as esferas federal, estadual e municipal, o PMDB controlará em 2009
um orçamento de cerca de R$ 365 bilhões. É mais do que o triplo do orçamento
da Argentina, cuja previsão para 2009 é de R$ 106 bilhões. Nos estados, o
PMDB está na base de sustentação de 22 dos 27 governadores, tomando parte na
gestão realizada por partidos que vão de um extremo ao outro do espectro
ideológico.
Segundo a "Veja", há um episódio que ilustra bem a engrenagem de corrupção
denunciada pelo senador Jarbas Vasconcelos. De acordo com a reportagem,
Zuleido Veras conquistava obras públicas mediante o suborno de uma ampla
rede de colaboradores no mundo político. A íntegra das provas produzidas até
agora pela Polícia Federal, conseguida com exclusividade pela "Veja",
demonstra que, quando precisava de favores em Brasília, o grupo de Zuleido
recorria à bancada do PMDB no Senado. Uma troca comercial simples: o partido
providenciava os serviços solicitados e Zuleido pagava por eles -
especialmente por ocasião de campanhas eleitorais. A revista não apresentou
provas da denúncia.
As obras de ampliação do aeroporto de Macapá, no Amapá, constituem um bom
exemplo dessa relação promíscua, segundo a revista. A Infraero só licitou a
obra, no fim de 2004, após pedido do senador José Sarney (PMDB-AP) ao
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com "técnicos" instalados em
postos-chave do governo, a Gautama conseguiu fraudar a licitação e assinar
um contrato superfaturado em R$ 50 milhões, segundo a reportagem da "Veja".
A PF conseguiu reunir provas - como comprovantes de depósitos bancários,
diálogos telefônicos, planilhas de propina - que mostram como o dinheiro
público teria sido rateado: Segundo a "Veja", parte abasteceu campanhas
eleitorais, parte foi parar diretamente no bolso dos envolvidos. Segundo a
"Veja", um dos encarregados de cobrar os pagamentos era Ernane Sarney, irmão
do presidente do Congresso, que recebeu de Zuleido um depósito de R$ 30 mil.
Num diálogo interceptado em abril de 2007, Ernane pede dinheiro ao
tesoureiro da Gautama. "Vocês estão me enrolando. Já não estava tudo na mão?
Eu tô com a corda no pescoço aqui, rapaz, o doutor também tá com a corda no
pescoço", explica o irmão de Sarney.
Leia mais:
Simon diz que critica o PMDB há mais tempo que Jarbas
Áudio: Pedro Simon fala sobre as denúncias da "Veja" e critica a cúpula do
PMDB
Publicada em 20/02/2009 às 20h08m
O Globo
RIO - A revista "Veja" desta semana faz um levantamento da evolução
patrimonial de alguns caciques do PMDB e denuncia o envolvimento de Zuleido
Veras, dono da construtora Gautama, investigada na Operação Navalha, da
Polícia Federal (PF), com integrantes da legenda. Semana passada, em
entrevista à revista, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) disse que "o
PMDB é corrupto" e "uma confederação de líderes regionais, cada um com seu
interesse, sendo que mais de 90% deles praticam o clientelismo, de olho
principalmente nos cargos".
Somando as esferas federal, estadual e municipal, o PMDB controlará em 2009
um orçamento de cerca de R$ 365 bilhões. É mais do que o triplo do orçamento
da Argentina, cuja previsão para 2009 é de R$ 106 bilhões. Nos estados, o
PMDB está na base de sustentação de 22 dos 27 governadores, tomando parte na
gestão realizada por partidos que vão de um extremo ao outro do espectro
ideológico.
Segundo a "Veja", há um episódio que ilustra bem a engrenagem de corrupção
denunciada pelo senador Jarbas Vasconcelos. De acordo com a reportagem,
Zuleido Veras conquistava obras públicas mediante o suborno de uma ampla
rede de colaboradores no mundo político. A íntegra das provas produzidas até
agora pela Polícia Federal, conseguida com exclusividade pela "Veja",
demonstra que, quando precisava de favores em Brasília, o grupo de Zuleido
recorria à bancada do PMDB no Senado. Uma troca comercial simples: o partido
providenciava os serviços solicitados e Zuleido pagava por eles -
especialmente por ocasião de campanhas eleitorais. A revista não apresentou
provas da denúncia.
As obras de ampliação do aeroporto de Macapá, no Amapá, constituem um bom
exemplo dessa relação promíscua, segundo a revista. A Infraero só licitou a
obra, no fim de 2004, após pedido do senador José Sarney (PMDB-AP) ao
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com "técnicos" instalados em
postos-chave do governo, a Gautama conseguiu fraudar a licitação e assinar
um contrato superfaturado em R$ 50 milhões, segundo a reportagem da "Veja".
A PF conseguiu reunir provas - como comprovantes de depósitos bancários,
diálogos telefônicos, planilhas de propina - que mostram como o dinheiro
público teria sido rateado: Segundo a "Veja", parte abasteceu campanhas
eleitorais, parte foi parar diretamente no bolso dos envolvidos. Segundo a
"Veja", um dos encarregados de cobrar os pagamentos era Ernane Sarney, irmão
do presidente do Congresso, que recebeu de Zuleido um depósito de R$ 30 mil.
Num diálogo interceptado em abril de 2007, Ernane pede dinheiro ao
tesoureiro da Gautama. "Vocês estão me enrolando. Já não estava tudo na mão?
Eu tô com a corda no pescoço aqui, rapaz, o doutor também tá com a corda no
pescoço", explica o irmão de Sarney.
Leia mais:
Simon diz que critica o PMDB há mais tempo que Jarbas
Áudio: Pedro Simon fala sobre as denúncias da "Veja" e critica a cúpula do
PMDB